A distância entre o A e o B…

Ontem, eu falava com um dos meus clientes, um rapaz espanhol, sobre mudanças de comportamento e ele usou uma frase super interessante para descrever esse ‘desafio’. Ele disse: “Del dicho al hecho, hay un trecho”. A versão original do ditado tem a óbvia vantagem da rima, mas a sua mensagem se mantém. Numa tradução livre para o português a frase seria: Existe uma distância entre o que você diz (que vai fazer) e o que você realmente faz.

From point A to point B

Eu gosto muito das mensagens contidas em ditados populares. É um tipo de sabedoria precisa, sintética e que aborda o ‘problema’ na sua essência. Ao ouvir o ditado espanhol, eu fiquei pensando que, muitas vezes, o trabalho que nós fazemos (eu e os meus clientes) é justamente percorrer esse ‘trecho’ entre o falar e o fazer. Em muitas casos, os clientes identificam com clareza aquelas atitudes que vão trazer melhores resultados, nas áreas ‘pessoal e profissional’. O desafio é justamente implementar a mudança. Ou seja, mover-se do ponto A para o ponto B.

E como é que nós fazemos isso nas Sessões de Transição ? Bom, nós podemos passar algum tempo explorando a origem de tais comportamentos ou os obstáculos para a mudança, mas o foco do trabalho é o ‘daqui pra frente‘. Ou seja, identificamos os ‘impulsionadores’, aquelas coisas que a) estão sob o seu controle, b) podem ser feitas no ‘aqui e agora’ para chegar ao resultado desejado. Cada pessoa sabe quais estratégias são as mais eficientes para as suas circunstâncias. Mas ás vezes, as pessoas podem resistir em sair da ‘zona de conforto’ e mudar os próprios hábitos. E é aí que o Parceiro de Transição pode ter que dar um ’empurrãozinho’ para provocar uma mudança de perspectiva. Isso é feito utilizando exercícios de reflexão (durante as sessões), pela indicação de leituras de textos selecionados e também aplicando os Testes de Personalidade, que são ferramentas eficientes para o auto-conhecimento e a identificação de prioridades de desenvolvimento.

Para caminhar nesse ‘trecho’ entre o ‘querer’ e o ‘fazer’ é preciso disciplina e força de vontade. A minha experiência tem mostrado que as pessoas precisam estar realmente dispostas a enfrentar um certo desconforto no trajeto. As ações implementadas (pelos clientes) nos intervalos entre as sessões são sem nenhuma dúvida o motor que os move pra frente. É preciso ter persistência, encontrar uma ‘rede de apoio’ e celebrar as pequenas (e grandes) vitórias. Eu também aprendi que cada indivíduo tem seu próprio ritmo e que o mais importante não é chegar rapidamente ao destino, mas sim estar sempre em marcha, aprendendo a cada passo do caminho. Ou seja, percorrer aquele ‘trecho’ citado no ditado espanhol, pode ser divertido e uma fonte de grandes descobertas e desenvolvimento pessoal. O negócio é seguir em frente!

Dica de leitura: O Poder do Hábito – Charles Duhigg