Coaching & Transições – parte 1

Uma pergunta frequente que as pessoas fazem é: como o coaching pode me ajudar? Tem uma porção de respostas possíveis para essa pergunta, mas eu acredito que o trabalho com um coach pode ser particularmente útil em momentos de transição profissional. Algumas pessoas podem dizer que ‘mudanças são uma constante’ não só no trabalho, mas na vida como um todo. E isso é , obviamente, correto.  Alguns momentos de transição profissional porém, por sua complexidade e pressão extrema, trazem consigo o potencial de gerar grande impacto tanto nos indivíduos quanto nas organizações. Dependendo que como sejam gerenciados, eles podem resultar em aprendizado e crescimento transformador ou confusão e caos altamente destrutivos.

Qualquer pessoa que tenha começado a trabalhar numa nova empresa, que tenha sido promovida a um cargo de gerência pela primeira vez ou, como aconteceu comigo, tenha sido transferida para um país no estrangeiro, sabe do que eu estou falando. Quando eu fui transferida do Brasil para Londres, há dez anos atrás, recebi treinamento sobre ‘ Os hábitos dos ingleses’, como parte da minha preparação para a mudança. O problema foi que eu tive que ‘me virar sózinha‘ para entender o novo ambiente e estilo de trabalho. A pressão emocional intensa somada ao inesperado choque cultural quase me causou um colapso emocional e, por mais de uma vez, eu pensei em pedir demissão. Felizmente, eu sobrevivi! Com o apoio de um ex-chefe/mentor, da minha própria persistência e a ajuda de um coach (que eu mesma contratei e paguei) eu consegui reorganizar meus pensamentos e emoções, voltei a me sentir autoconfiante, aprendi umas coisas novas e assim pude seguir tendo uma carreira ainda mais intensa e recompensadora.

As empresas normalmente oferecem treinamento para profissionais em transição. Essas iniciativas, ainda que úteis, não focam nas necessidades específicas de cada pessoa e se concentram nos aspectos ‘cognitivos’ da mudança. O treinamento geralmente aborda aspectos teóricos e oferece dicas práticas. Isto é, o foco é no ‘que deve ser feito’ e não tanto nas maneiras ‘mais efetivas de estar‘. Como o coaching oferece atenção focada nas experiências (e necessidades) individuais e equilibra atividades de reflexão e ação, pode ser um complemento efetivo para atividades de treinamento.

As sessões de coaching são ‘conversas estruturadas‘, onde o Parceiro de Transição (eu, nesse caso) fará perguntas, apresentará conceitos e proporá exercícios, para dar ao profissional em transição uma oportunidade de se distanciar da pressão do dia-a-dia e refletir sobre ‘o que realmente está acontecendo‘. Juntos, vamos explorar valores pessoais, identidade, pensamentos, sentimentos e as ações a serem tomadas para que os objetivos pessoais e profissionais sejam atingidos. Ao se tornarem mais conscientes de seus pensamentos e emoções as pessoas podem fazer escolhas mais acertadas sobre quais habilidades e comportamentos devem ser levados para o seu ‘mundo novo’. Parafraseando o título de um livro famoso, quando se trata de desafios na carreira: “o que te trouxe até aqui, muito provavelmente não vai te levar até lá“. Entre outras coisas, um Parceiro de Transição pode te ajudar a identificar o que você deve levar e o que deve deixar pra trás nessa mudança.

Nos próximos posts, eu vou contar histórias e dar exemplos de como um Parceiro de Transição (utilizando as técnicas do coaching) pode ajudar a serem bem-sucedidas, as pessoas que estiverem passando por esses momentos tão poderosos e transformadores: As Transições Profissionais.